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Epamig monitora condição hídrica de cafeeiros por meio de drones, sensores e imagens de satélite

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Epamig monitora condição hídrica de cafeeiros por meio de drones, sensores e imagens de satélite
Por CaféPoint:
Postado em: 08/05/23
Os dados espectrais (que são aqueles gerados pela medição da reflectância de cores nas plantas) obtidos nesses três níveis (orbital, dossel e de folha) estão sendo computados e combinados por meio de Inteligência Artificial e técnicas de estatística multivariada, para que os pesquisadores possam estabelecer modelos matemáticos ideais para medir as condições hídricas de cafeeiros. Além disso, a equipe também objetiva aprimorar o aplicativo de celular “Regador”, inicialmente desenvolvido em trabalho conduzido ao longo de 2014, no município de Santo Antônio do Amparo (MG), em parceria com a professora da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Vanessa Souza. O software, que foi registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 2022, avalia o status hídrico de plantas de café com imagens espectrais de satélite e se encontra em fase de aprimoramento. “No atual trabalho estamos utilizando imagens de alta resolução geradas por um satélite da Agência Espacial Europeia (ESA) e aplicamos vários índices de vegetação espectral, pois vimos que o mais conhecido deles, o NDVI, não garante a precisão que buscamos. Vimos que esses outros índices são capazes de traduzir com mais detalhamento, em imagens, as condições das plantas e podem, assim, contribuir para aprimorarmos o aplicativo já desenvolvido”, explica a coordenadora geral do projeto, e pesquisadora da Epamig Sul, Margarete Volpato. Segundo ela, as informações geradas pelo programa vão auxiliar os produtores de café a ajustarem o manejo de suas lavouras em casos de déficit hídrico, alterando a irrigação, escolha do espaçamento e variedades dos cafeeiros, dentre outras ações. “Os dados também vão auxiliar o produtor a se precaver contra doenças e pragas, pois ele saberá, com precisão, quais talhões estão mais vulneráveis. Além disso, a integração do monitoramento remoto ao trabalho de campo reduz o tempo da análise das condições hídricas das plantas, levando apenas alguns minutos para gerar resultados para uma grande área, que tradicionalmente podem levar semanas ou até meses”, complementa.
Para que as informações geradas alcancem o máximo de precisão, é necessário integrar também os dados sobre a fisiologia vegetal das plantas, coletados por meio de equipamentos usados diretamente no solo e nas folhas dos cafeeiros. Esse é o trabalho realizado dentro do subprojeto “Padrões de reflectância foliar de cafeeiros como indicadores do status hídrico”, coordenado pela pesquisadora da Epamig Sul e bolsista de Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora do CNPq, Vânia Aparecida da Silva. Com o auxílio de medidores de compactação de solo e de clorofila, além de um mini espectrômetro foliar e de uma Bomba de Scholander, a equipe é capaz de calcular o potencial hídrico das plantas nas lavouras. “O potencial hídrico reflete diretamente a energia livre da água que a planta possui e que será usada para crescimento, desenvolvimento e produção do café. Quanto mais hidratada, mais saudável e desenvolvida será a planta, o que reflete positivamente em sua produtividade”, diz Vânia. Ela explica que os índices espectrais também são obtidos em nível de folha, e posteriormente computados com aqueles obtidos por meio de drones e de satélites. “Esse padrão de reflectância, que observamos, muda de acordo com o status hídrico da planta. Ao integrar os três níveis de análise, do céu às folhas, vamos estabelecer fatores de correção para resultados eficientes e precisos”, argumenta a pesquisadora. Os demais subprojetos são: “Sensoriamento remoto para o monitoramento das condições hídricas de áreas cafeeiras”, coordenado pela pesquisadora da Embrapa Café, Helena Maria Ramos Alves; “Estudo da variabilidade espacial da umidade do solo com a utilização de sensores”, coordenado pela pesquisadora da Epamig Sul, Vanessa Castro Figueiredo; e “Modelagem de variáveis espectrais provenientes de sensores orbitais e suborbitais para determinação das condições hídrica de cafeeiros”, coordenado pelo professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Danton Diego Ferreira. Segundo os coordenadores, ao final da pesquisa, a Epamig vai procurar estabelecer parcerias com empresas e instituições da área de ciência da computação para viabilizar a implementação do aplicativo “Regador” a nível comercial e disponibilizá-lo para o público geral.
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