National Coffee Association pede oficialmente ao governo americano isenção tarifária para o café; BR é maior fornecedor dos EUA de grão verde

Por Notícias Agrícolas 

Postado em 24/04/2025

EUA importa cerca de 25 milhões de sacas de café verde por ano do Brasil; negócios de café nos Estados Unidos giram mais de US$ 340 bilhões

"A América é uma nação que ama café", disse Bill Murray, presidente da NCA (National Coffee Association) durante  palestra ministrada por videochamada nesta quarta-feira (23) na abertura da 30ª edição do Encafé 2025, realizado pela ABIC. 

De acordo com o CEO, o consumo de café entre os americanos tem sido consistente nos últimos anos. Pesquisa realizada em janeiro de 2025 pela NCA apontou que 66% da população dos EUA relatam consumir café todos os dias. O estudo destacou ainda que os jovens são os que mais consomem a bebida, e que a média diária de consumo de café pelos americanos é de 3 xícaras por dia. "O mercado cafeeiro é movido por incertezas e oportunidades. Nos últimos anos, a concorrência do café com outras bebidas cafeinadas nos EUA explodiu. Porém, a população ainda prefere o café porque ele traz energia", explicou Bill. 

Bill Murray, presidente da NCA, durante o Encafé 2025 - Foto: Raphaela Ribeiro

Atualmente, os negócios de café (indústrias, cafeterias e torrefações) nos EUA geram 2,2 milhões de empregos, US$ 38 bilhões em impostos e giram US$ 343 bilhões na economia. 

Diante desta relevância e importância do produto para o país, a NCA oficializou um pedido ao governo americano solicitando a isenção da taxa de 10% imposta recentemente pelo Presidente Donald Trump sobre as importações de café. "Os EUA são hoje a população que mais bebe café do mundo. Plantamos menos de 1% do que consumimos, e o Brasil é o maior fornecedor do grão verde para os americanos, exportando ao país cerca de 25 milhões de sacas por ano. Com a tarifa, os preços devem subir significativamente e rapidamente para os consumidores. Com a constante incerteza econômica, a população terá que fazer escolhas difíceis, que podem sim afetar o consumo de café", destacou o presidente da NCA. 

A solicitação da isenção foi feita logo após o anúncio das tarifas recíprocas pelo presidente Trump, e segundo Murray foi "bem recebida" pelo governo americano. " O Brasil sempre será um importante importador de café para os EUA. Quando avaliamos os números relacionados ao produto para a economia americana, entendemos que o café merece uma isenção de tarifas", exclamou.