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NY pressiona preços e mercado físico brasileiro e dificulta os negócios
NY pressiona preços e mercado físico brasileiro e dificulta os negócios
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NY pressiona preços e mercado físico brasileiro e dificulta os negócios

 por Carvalhaes: Na segunda-feira o CECAFÉ divulgou as exportações brasileiras de café no último mês de outubro. Elas totalizaram 3 215 720 scs e o volume acumulado nos últimos doze meses permaneceu acima de 36 milhões de sacas. Em 2015 já colocamos a bordo 29 852 943 scs e chama a atenção as exportações de conilon do Brasil, com um embarque 48% maior em relação a 2014, enquanto as de arábica recuaram 8,5%. O forte crescimento de nossas exportações de conilon confirma a redução de oferta de café robusta do Vietnã e Indonésia. Em 2015 também cresceu bastante a exportação de cafés verdes diferenciados, de melhor qualidade e com maior valor de venda. Esses embarques cresceram 10,5 % em comparação a 2014 e já representam 25.1 % de nossas vendas para o exterior (7,5 milhões de sacas até o final de outubro). Mesmo assim, nossa receita cambial caiu quando comparada ao mesmo período de 2014. As cotações do café em Nova Iorque, na ICE Futures US, continuaram em queda e os contratos com vencimento em dezembro próximo acumularam 560 pontos de baixa na semana. A queda em Nova Iorque pressionou os preços no mercado físico brasileiro durante toda a semana dificultando ainda mais os negócios. Muitos produtores acabam cedendo e fechando negócio devido à necessidade de “caixa” para cumprir os compromissos de final de ano. Enquanto o cafeicultor precisa tentar enxergar anos à frente para tomar suas decisões de investimento (ou de desinvestimento) e conta apenas com sua produção anual para cobrir os custos de produção; os investimentos para manutenção de seu parque cafeeiro e as despesas pessoais, do outro lado os compradores, em sua maior parte grandes grupos multinacionais, trabalham na compra de café com objetivos de curto prazo, com seus executivos mais interessados em fechar o mês e o ano fiscal. Uma pesquisa da Euromonitor International, divulgada esta semana no ENCAFÉ, encontro anual da ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, avaliou as tendências de mercado do café no Brasil e apontou que o consumo nacional de café deverá crescer a uma taxa anual de 4,3% até 2019 enquanto o mercado de cápsulas, ascendente no país, deverá triplicar de tamanho até 2019. Isso significa que o volume a ser consumido internamente atingirá 24 milhões de sacas naquele ano. Segundo a pesquisa, os consumidores não esperam que a crise econômica atual afete o consumo de café, mas parte deles vai migrar para marcas mais baratas (Vai e Vem das Commodities – Folha de São Paulo). O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, informou que no último mês de outubro foram embarcadas 3.215.720 sacas de 60 kg de café aproximadamente 4 % (130.347 sacas) a menos que no mesmo mês de 2014 e 2 % (65.068 sacas) a mais que no último mês de setembro. Foram 2.573.534 sacas de café arábica e 358.548 sacas de café conillon, totalizando 2.932.082 sacas de café verde, que somadas a 280.516 sacas de solúvel e 3.122 sacas de torrado, totalizaram 3.215.720 sacas de café embarcadas. Até dia 12, os embarques de novembro estavam em 949.860 sacas de café arábica, 96.126 sacas de café conillon, mais 65.797 sacas de café solúvel, totalizando 1.111.783 sacas embarcadas, contra 715.443 sacas no mesmo dia de setembro. Até o mesmo dia 5, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 1.211.700 sacas, contra 1.207.247 sacas no mesmo dia do mês anterior. A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 6, sexta-feira, até o fechamento de sexta-feira, dia 13, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 560 pontos ou US$ 7,41 (R$ 28,39) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 06 a R$ 588,62 por saca, e dia 12, a R$ 568,34 por saca. Na sexta-feira, dia 13, nos contratos para entrega em outubro a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 315 pontos.