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Balanço Semanal CNC - 13 a 17/05

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Balanço Semanal CNC - 13 a 17/05


Conab estima safra 2019 em 50,9 milhões de sacas de café
Segundo levantamento da estatal foi divulgado ontem e aponta uma redução de 17,4% na comparação com a temporada 2018 A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, ontem (16), sua segunda estimativa para a safra 2019 de café, que foi apontada em 50,92 milhões de sacas de 60 kg. Esse volume implica queda de 17,4% em relação às 61,7 milhões de sacas colhidas em 2018, ocasionada pelo ciclo bienal de baixa da variedade arábica. Do total atual apontado pela Conab, 36,98 milhões de sacas se referem à variedade arábica, que responderá por 72% da produção neste ano, apresentando diminuição de 22,1% ante 2018. O café conilon deverá ter uma colheita de 13,94 milhões de sacas, com recuo de 1,7% frente ao ciclo antecedente. "No caso do conilon, esta projeção deve-se principalmente à expectativa de redução de produção na Bahia e em Minas Gerais, que diminuíram área e apresentam menores estimativas de produtividades médias, e no Espírito Santo, que também diminuiu a produtividade devido ao clima", revela a estatal. Segundo o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, o volume está dentro da realidade das lavouras de café no Brasil. “O ciclo bienal já implicaria redução em 2019, assim como os baixos preços têm resultado em menores tratos culturais por parte dos produtores, que não possuem capital para aplicar o melhor manejo nos cafezais”, explica. Para ele, a safra atual será suficiente para que o país honre seus compromissos com a exportação e o consumo interno. “O Brasil manterá seu market share mesmo diante dos preços aviltados. Isso é reflexo dos investimentos que fizemos em pesquisa nas últimas décadas, que permitiu que a produtividade dos cafezais saltasse de oito para 33 sacas por hectare”, analisa Brasileiro. Em contrapartida, ele alerta que os produtores precisam se atentar a notícias reais relacionadas ao mercado, evitando ouvir “argumentos de quem em nada contribuem” para a atividade. “Temos avisado permanentemente sobre o risco de oferta superior à demanda e sugerido que não se estimulasse a abertura de novas áreas com café no Brasil e no mundo sem que fossem implantados programas de estímulo ao consumo na mesma ou em maior proporção. Não nos deram a devida atenção e chegamos a esse cenário que pressiona ainda mais os preços aviltados”, lamenta. O presidente do CNC conclui recordando que a safra 2019, de ciclo baixo, “deverá corrigir pontualmente o desequilíbrio entre oferta e demanda”. O relatório completo da Conab está disponível no site do CNC, através do link http://www.cncafe.com.br/site/interna.php?id=14.Café arábica registra alta moderada em Nova York
Futuros subiram mesmo diante de fundamentos negativos devido à sensação de oferta satisfatória e à disparada do dólar Em meio à fraca volatilidade, os contratos futuros do café arábica registraram alta moderada na semana, mesmo diante de fundamentos negativos devido à sensação de oferta satisfatória e à disparada do dólar. Esse cenário indica que a alta não deve ser consistente e sinalizar melhora, ao menos no curto prazo. Na Bolsa de Nova York, o vencimento julho/19 do contrato "C" subiu 205 pontos, negociado, ontem, a US$ 0,9165 por libra-peso. Na ICE Europe, o vencimento julho do café robusta fechou a sessão de quinta-feira a US$ 1.335 por tonelada, com perdas de US$ 29, pressionado pela entrada da safra no Brasil e pela fraqueza do real. O dólar comercial encerrou os negócios a R$ 4,0366, acumulando ganhos de 2,34% no agregado da semana. A divisa norte-americana se sustentou acima de R$ 4 e tocou o maior patamar desde 28 de setembro passado. A moeda vem avançando sobre o real diante da percepção da fraqueza política do governo após derrotas no Congresso e das manifestações nas ruas. Em relação ao clima, os serviços de meteorologia indicam que deverá continuar favorável aos trabalhos de colheita no cinturão cafeeiro do Brasil. Entretanto, com a aproximação do inverno no Hemisfério Sul, alertam para que os produtores se atentem à possibilidade de geadas e à ocorrência de chuvas atípicas, as quais podem comprometer a qualidade do café. No tocante à colheita, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) cita que precipitações pontuais e o alto percentual de grãos verdes limitam o avanço dos trabalhos nas regiões da Mogiana (SP), Zona da Mata, Sul e Cerrado de Minas Gerais. No restante das praças, a cata ganha força aos poucos. Colaboradores consultados pela instituição informam que, em Rondônia, a colheita está entre 20% e 30% do previsto na safra 2019. No Noroeste do Paraná, o índice percentual dos trabalhos se encontra em aproximadamente 20%, enquanto a colheita atinge cerca de 10% no Espírito Santo. Na região de Garça (SP), os trabalhos avançaram com o clima mais firme e se situam entre 15% e 25%. No mercado físico, os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 385,13/saca e a R$ 275,82/saca, com ganhos de 0,7% e 3,1%, respectivamente. O Centro aponta que, com o andamento da colheita, alguns negócios pontuais vêm sendo realizados, principalmente por produtores que precisam fazer caixa para honrar o pagamento dos catadores.
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