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Café retoma tendência de baixa e cai quase 4% em Nova York
Café retoma tendência de baixa e cai quase 4% em Nova York
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Café retoma tendência de baixa e cai quase 4% em Nova York

Tarifaço do Donald Trump ainda seguirá no radar do mercado, segundo analista.

Por: Globo Rural

Enquanto persistem as incertezas em torno do tarifaço de Donald Trump, os preços do café caíram acentuadamente na bolsa de Nova York nesta segunda-feira (21/7). Os contratos para setembro fecharam em queda de 3,84% (1165 pontos), a US$ 2,9195 a libra-peso.

Para Vicente Zotti, sócio da Pine Agronegócios, há tempos os futuros do café estão pautados por questões técnicas, que suplantam até mesmo as incertezas geopolíticas.

“Não acredito que toda essa movimentação de alta recente tem totalmente relação com as tarifas de Trump. Do dia 9 junho até 10 de julho os preços na bolsa cederam 22%. Os fundos olham para essa variável e enxergam que talvez não seja interessante segurar posições vendidas e começam a desmontar suas apostas na baixa”, avalia Zotti.

Ele acrescenta que o mercado seguirá direcionado por questões técnicas baseadas na maior disponibilidade de café no curto prazo, até uma definição das tarifas prometidas por Trump, que anunciou taxas de 50% sobre as exportações de todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

“Muitos compradores de café americanos podem fazer um movimento de vendas a descoberto, ou seja, eles ficam com posições vendidas até as tarifas se concretizarem apostando numa demanda menor, para então depois comprar o produto no mercado físico”.

Ainda que ele esteja apostando nessa estratégia por parte de alguns compradores, Zotti acredita que pode haver prorrogação das tarifas ou até mesmo o café ser isento de sobretaxas. Esse cenário, se confirmado, levaria a uma nova alta nas cotações.

“Caso as tarifas americanas não entrem em vigor, o comprador americano vai buscar café dentro do período sazonal, mas em um momento em que o mercado ainda está com oferta restrita. Então poderemos ver uma forte movimentação de alta. Para isso, no entanto, é preciso ter certeza de que o tarifaço será implementado, mas não há nenhuma certeza sobre isso”, observa Zotti.

Açúcar

Em meio a pressão de oferta, o açúcar registrou forte baixa na bolsa de Nova York. Os lotes para outubro cederam 2,68% (45 pontos), para 16,37 centavos de dólar a libra-peso.

Na parte dos fundamentos, destaque para a notícia divulgada nesta segunda-feira pela “Bloomberg”. De acordo com a agência, a Índia – segundo maior exportador mundial de açúcar – estuda criar uma cota de exportação do produto para a safra 2025/26, que começa em outubro.

Cacau

As perdas da semana passada ainda seguem como ponto de suporte para a recuperação nos preços do cacau. Os lotes com vencimento em setembro fecharam em alta de 4,56% (356 pontos), para US$ 8.156 a tonelada.

Os investidores agora reajustam posições, após as quedas provocadas na semana passada após dados fracos de moagem nas principais regiões consumidoras de cacau, como Europa e Ásia.

Suco de laranja

O suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) avançou na bolsa de Nova York. Os lotes para setembro fecharam em elevação de 2,70% (860 pontos), a US$ 3,2730 a libra-peso.

Algodão

O algodão fechou a sessão em Nova York com preços em leve queda. Os lotes para dezembro recuaram 0,84% (58 pontos), a 68,10 centavos de dólar a libra-peso.