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Evento em El Salvador sugere estudos sobre cafés resistentes à ferrugem

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Evento em El Salvador sugere estudos sobre cafés resistentes à ferrugem
por CaféPoint:
A pesquisa científica sobre o café de El Salvador poderia se reiniciar com a busca de variedades mais resistentes à ferrugem. Essa foi uma das várias recomendações feitas por especialistas que participaram da Cúpula Mundial de Ciências do Café, realizada em San Salvador na semana passada.
No evento foram abordados temas que vão desde o manejo de pragas e doenças do café, suas variedades, tecnologia para produção, colheita e processamento do café, até a rentabilidade do cultivo e sustentabilidade.
O encontro é uma iniciativa de oito associações privadas do setor de café de El Salvador. “Creio que o país não possui uma estrutura de pesquisa e precisaria desenvolvê-la, pois é muito importante para que possam dar aportes e sugestões aos cafeicultores. Há muito o que fazer aqui em El Salvador”, disse Fabio DaMatta, professor de fisiologia vegetal da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
DaMatta disse que a pesquisa sobre variedades resistentes à ferrugem não é fácil, mas é menos custosa do que estudar a mudança climática e sua relação com o cultivo de café. Em El Salvador, observa-se a falta de informações básicas para os produtores. O professor propôs também buscar melhores condições para o manejo de todos os cafezais: “Ás vezes vocês têm a informação que é produzida na Costa Rica, na Colômbia, mas não é produzida em condições locais”. DaMatta sugeriu fomentar a cooperação entre universidades e cafeicultores.
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Luis Carlos Fazuoli, especialista do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) que expos sobre variedades de café, lançou um desafio aos produtores salvadorenhos: Renovar para se salvar. Ele disse que junto com a renovação dos cultivos, devem ser recuperados os solos e provadas as nova variedades de café. “Façam experimentos em porções pequenas, vocês têm que ver para crer. A análise do solo é fundamental”, disse. Além disso, ele explicou que o genótipo da planta mais a interação com o meio ambiente é um elemento fundamental a ser considerado quando se analisam novas variedades de café. Sobre a mudança climática, os especialistas brasileiros disseram que “essa não deve ser vista de modo catastrófico”.
Carlos Borgonovo, presidente da Associação Salvadorenha de Beneficiadores e Exportadores de Café (ABECAFE), disse que contar com uma nova institucionalidade que encabece a pesquisa no café é a prioridade número um, que conta com profissionais e que essa deve se proteger contra vaivéns políticos.
José Guillermo Álvarez, produtor e presidente do órgão administrador da certificação Denominação de Origem (DO) Apaneca-Ilamatepec de El Salvador, disse que a cúpula chega no momento indicado, porque o setor passa por muitas dificuldades. “Precisamos mudar muitas coisas que estamos fazendo. A situação é crítica no sentido de que se perdeu muito: primeiro, o entusiasmo pela cafeicultura, devido às crises e, segundo, que estamos perdendo muita área de café”, afirmou o presidente.
As informações são do La Prensa Gráfica / Tradução por Juliana Santin
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