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Sem pânico, produtores de café se preparam para expandir exportações
Sem pânico, produtores de café se preparam para expandir exportações
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Sem pânico, produtores de café se preparam para expandir exportações

O Brasil está expandindo sua exportação de café para outros mercados e dispõe de capacidade de armazenamento em um momento de falta do produto no mundo. Assim, mesmo com a entrada em vigor da taxa extra de 40% às exportações de café para os Estados Unidos, o Brasil ganha poder de barganha, permitindo uma negociação sem pânico, ainda que urgente.

Por: Economia UOL

"A demanda pelo café brasileiro vem crescendo em outras regiões, como a União Europeia, países asiáticos, Indonésia, países árabes, e um grande crescimento também na Oceania", aponta Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

O diretor lembra que o Brasil é hoje o maior consumidor e o maior exportador de café do planeta e já fez negócios com mais de 150 países.

Produtores podem agir de forma estratégica. "Precisamos ir em busca de novos mercados, estocar parte dos grãos que não forem escoados e aproveitar que os estoques estão relativamente baixos e fazer uma recomposição", afirma Luciano Nakabashi, professor de Economia da Universidade de São Paulo (FEA/USP). No momento, os estoque de café do Brasil estão baixos, e a ideia é que o país possa repor esses estoques e formar uma reserva com a redução de venda pro EUA. "Mesmo que as tarifas permaneçam por longos períodos, o café brasileiro vai naturalmente escoando para outros mercados", diz.

Apoio chinês
A China acaba de anunciar a habilitação de espaços de armazenagem para 183 exportadores de café brasileiro - uma questão burocrática que deve agilizar os processos.

O Cecafé indica que o mercado chinês de café está em expansão - o país do chá já conta com 50 mil cafeterias e vem ganhando adeptos entre os mais jovens.

A Embaixada da China em Brasília postou na terça-feira um lembrete de que o "queridíssimo café brasileiro" vem marcando presença no país asiático, fruto das relações bilaterais entre as duas nações.

"O café não é uma bebida comum na China como é no Brasil ou nos EUA, mas os chineses têm um grande potencial de crescimento para o consumo, ainda mais quando se considera o tamanho da população. É um mercado que pode, ao longo do tempo, se tornar muito se tornar muito importante", afirma o professor da USP.

 

Ações locais


Em Franca (SP), principal polo produtor de café do Estado de São Paulo, entidades ligadas ao café se reuniram com o governo municipal para buscar estratégias diante do impasse com os EUA. A Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec), a Associação Comercial e Industrial de Franca (Acif) - que tem um núcleo de produtores de cafés especiais - e o Sindicato Rural articularam pedidos que seriam repassados a Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.