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Cecafé enaltece sustentabilidade da cafeicultura brasileira na COP30
Cecafé enaltece sustentabilidade da cafeicultura brasileira na COP30
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Cecafé enaltece sustentabilidade da cafeicultura brasileira na COP30

Conselho demonstrou, a mais de 170 delegações mundiais, que o café brasileiro é parte da solução para gerar renda no campo e combater as anomalias climáticas

Diante de mais de 170 delegações globais, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) teve participação ativa na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, que ocorreu de 10 a 21 de novembro, em Belém (PA), no Brasil.

“A COP30 é uma vitrine para o Brasil assumir protagonismo global na transição verde, baixo carbono, mostrando todo o potencial que o país possui como centro de sustentabilidade e inovação e reposicionar a imagem internacional do país, que é referência mundial em inovação de agricultura tropical sustentável e em segurança alimentar global”, destaca Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé.

Segundo ele, por meio de uma unificação de vozes e estratégias, tendo como alicerce o Fórum Brasileiro da Agricultura Tropical, liderado pelo professor e ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, o agro brasileiro esteve institucional e oficialmente inserido no principal ambiente global de debates sobre mudanças climáticas e meio ambiente.

“Com os exemplos vindos do café e das informações reunidas a partir de diversos projetos e programas de sustentabilidade conduzidos pelos exportadores, em parceria com produtores e instituições públicas e privadas, o Cecafé apresentou suas contribuições em todas as etapas de debates e de construção de políticas voltadas à questão climática, tanto do lado brasileiro, quanto do lado das delegações de outros países”, explica.

No Pavilhão do Brasil e na Agrizone, espaço estruturado pela Embrapa e pelo Sistema CNA Senar, ao lado das demais entidades da cadeia produtiva do café no Brasil, o Cecafé participou das programações para apresentar a cafeicultura como solução para enfrentamento das anomalias climáticas e reafirmar o compromisso do setor com a sustentabilidade, a inovação e a busca pelo reposicionamento do setor diante dos desafios geopolíticos e das novas regras ao fluxo do comércio. “É de fundamental relevância destacar a iniciativa do Sistema CNA Senar na criação e na condução da ‘Agrizone – Pavilhão Agro Brasil’”, elogia Matos.

A convite do governo francês, em conjunto com o Instituto Florestal Europeu (EFI, em inglês), o Cecafé participou do debate em alto nível “Construindo parcerias e soluções para cadeias de valor livres de desmatamento”. O evento reuniu autoridades do primeiro escalão dos Ministérios de Meio Ambiente de França, Alemanha, Espanha e Países Baixos, teve direção de sustentabilidade da empresa Danone e representação de países produtores.

“O Cecafé mostrou os dados que reforçam a sustentabilidade nas 39 regiões produtoras, apresentando a cafeicultora familiar (78% de todos os cafeicultores acessam o Pronaf), correlação da atividade com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano nas regiões produtoras, maior repasse de preços (Free on Board) FOB da exportação aos cafeicultores – média de 92% nas últimas safras – e preservação ambiental acima do exigido pelo Código Florestal Brasileiro”.

Matos também salientou as ações da entidade como o Pacto Social do Café e todas as atividades em andamento com o Ministério do Trabalho e Emprego e fiscais do trabalho para fortalecer o diálogo e as boas práticas trabalhistas, que foram destacadas pela empresa Danone como exemplo e referência a todos os países.

O Cecafé também destacou a contratação da pesquisa coordenada pelo professor Carlos Eduardo Cerri, da Universidade de São Paulo (USP), e pelo Imaflora, para avaliar o balanço de carbono na cafeicultura.

“Esse estudo evidenciou que a adoção de boas práticas agrícolas, como adição de matéria orgânica no solo, manutenção da cobertura do solo entre as fileiras de café e a preferência por fertilizantes organominerais, faz com que a cafeicultura retenha cerca de 10,5 t/CO2eq/ha/ano no solo e nas plantas além do que emite à atmosfera. No café conilon, também conforme a pesquisa da USP e Imaflora, para cada hectare cultivado ao ano, são armazenadas 338,67 t de CO2eq na forma de vegetação nativa preservada nas propriedades. Esse valor fica em -8,24 t/CO2eq/ha/ano quando a transição ocorre de pastagem para produção sustentável de café conilon”, aponta Matos.

Ele revela que o Cecafé ressaltou, ainda, que o Brasil é a origem cafeeira em estágio mais avançado para atender aos requisitos do Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR).

“A Plataforma de Monitoramento Socioambiental ‘Cafés do Brasil’, uma parceria do Cecafé com a Serasa Experian, tem permitido que os exportadores gerem evidências conclusivas e verificáveis de que o café é livre de desmatamento após 31 de dezembro de 2020 e que foi produzido em conformidade com a legislação brasileira pertinente. Atualmente, a ferramenta é utilizada por cerca de 60 membros, entre empresas e cooperativas associadas ao Cecafé, que respondem por aproximadamente 99% dos embarques para a União Europeia”, conta.

Matos completa que essas evidências são extraídas de bancos de dados públicos do governo brasileiro e de sistemas de monitoramento de desmatamento amplamente utilizados, como Prodes e MapBiomas Alerta, todas auditáveis.

“Com esses dados sobrepostos ao banco de dados do Cadastro Ambiental Rural, o CAR, a Plataforma permite que os exportadores forneçam evidências consistentes que o café brasileiro não é cultivado em terras desmatadas”, conclui.

No espaço idealizado pela delegação do governo italiano, foram destacadas as iniciativas, como o “Selo Verde” e parcerias público-privadas para fortalecer o comércio internacional sustentável. Ao lado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Abiove, WWF, WRI e Imaflora, o Cecafé destacou todas as ações para cumprimento do EUDR, que vem agregando valor às exportações de café brasileiro ao bloco europeu. Além disso, a entidade reforçou que o Brasil é o país que mais repassa o preço FOB da exportação aos cafeicultores, acima de 90% nos últimos anos.

“Os debates demonstraram que o café brasileiro é parte da solução para a geração de renda no campo e no combate às anomalias climáticas. O café brasileiro é referência mundial em sustentabilidade, qualidades, diversidade e credibilidade”, finaliza.