- Inserção do setor privado como membro afiliado da Organização Internacional do Café OIC. (Membros Afiliados terão a oportunidade de externar suas opiniões e se envolver no trabalho da Organização, sem direito a voto). “Talvez uma das maiores conquistas da participação do Conselho Nacional do Café”, analisa Silas Brasileiro, presidente do CNC;
- Modificação do sistema de contribuição junto a OIC, deixando mais justa a forma de pagamento entre os países participantes e os membros do setor privado. Ex: países que importavam cafés verdes e industrializavam pagavam apenas a contribuição referente à importação. A partir de agora, o valor que será levado em consideração será global. A contribuição levará em conta o volume importado e exportado (após industrializado). Trata-se de uma ferramenta de aplicação da Share Responsability (responsabilidade compartilhada) porque proporcionará ações globais de fomento da cafeicultura mundial, serão realizados investimentos nos países potenciais para aumento do consumo de café de qualidade. “Qualidade não significa apenas cafés especiais, mas também os comodities”;
- Estabelecimento de um Comitê de Economia, que ficará responsável por questões relacionadas com: promoção e desenvolvimento do mercado; transparência, informações estatísticas, estudos e pesquisas; projetos; desenvolvimento sustentável; e financiamento do setor cafeeiro;
- Preparação e distribuição anual de um estudo, por parte da OIC a todos os Membros, a ser analisado pelo Conselho, sobre os obstáculos ao comércio e ao consumo relacionados com o café, bem como sobre as distorções do mercado que causam a volatilidade de preços e afetam a obtenção de uma renda condigna e próspera ou a distribuição de valor, em particular para os cafeicultores;
- Manutenção de um Grupo de Trabalho Público-Privado do Café (adiante referido como GTPPC): um mecanismo multiparticipativo de parceria público-privada, cujo objetivo é identificar e implementar medidas práticas e com limites de tempo para tratar de questões relacionadas com os níveis de preços, a volatilidade dos preços e a sustentabilidade do setor cafeeiro no longo prazo.
Ações concretas e trocas de experiências
Durante o encontro realizado na Colômbia, os representantes brasileiros propuseram uma visita técnica de uma comitiva internacional a regiões produtoras do Brasil. “A estratégia é nos aproximarmos do mercado consumidor e mostrarmos que a nossa alta produtividade obedece aos princípios da sustentabilidade, e que a redução de área cultivada se deu por conhecimento técnico e científico, através de variedades mais produtivas e resistentes às condições climáticas adversas, pragas e doenças, mantendo assim a preservação de nossas florestas”, explicou Silas Brasileiro. A proposta é de uma visita de representantes do Parlamento Europeu e de integrantes de Organizações Não Governamentais (ONGs), além de membros países produtores, em um total de 15 participantes, para conhecerem as nossas cooperativas, bem como propriedades de produtores de larga escala até a cafeicultura familiar. A ideia é mostrar também as iniciativas relacionadas às mulheres do café, por exemplo. “Os custos com a delegação serão cobertos pelo Brasil, compreendendo a hospedagem, alimentação e deslocamento para conhecerem como nós produzimos. A base de recebimento da comitiva seria Belo Horizonte, com os custos de deslocamento dos seus países de origem, de vinda e retorno, ficando por conta dos membros visitantes. Esta proposta está condicionada a aprovação do Conselho Nacional do Café. Assim, queremos mostrar como o nosso café é produzido – com tecnologias construídas por meio do investimento em pesquisas e boas práticas agrícolas – para que entendam que nossa produção de café é eficiente e que a redução da área cultivada se deu exatamente por isso”, ressaltou o presidente do CNC. ACORDO INTERNACIONAL DO CAFÉ Objetivo geral: fortalecer o setor cafeeiro global, promovendo sua expansão econômica, social e ambientalmente sustentável em um contexto de mercado, em benefício de todos os participantes do setor. Alguns objetivos específicos:- Proporcionar um fórum para consultas; compreender a estrutura que equilibra a produção e o consumo e, a oferta e a demanda; bem como, entender e reduzir a volatilidade e à especulação excessiva – efeitos negativos tanto para os produtores quanto para os consumidores;
- Promover a qualidade do café, com vistas a proporcionar maior satisfação aos consumidores e maiores benefícios aos produtores;
- Facilitar a expansão e a transparência do comércio internacional e promover a eliminação de obstáculos ao comércio;
- Coletar, difundir e publicar informações do setor;
- Promover o desenvolvimento do consumo;
- Desenvolver projetos, apoiar a gestão de recursos financeiros e, gerenciar a implementação de projetos que beneficiem economia cafeeira mundial;
- Promover soluções baseadas no mercado que permitam aos produtores gerar maior agregação de valor.